Palestra na UFAC

 Questões de Raça e Gênero no cotidiano escolar de Rio Branco: novas práticas e desconstrução de preconceitos.

  Fala de Almerinda de Souza Cunha Oliveira – FORUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO ETNICO-RACIAL DO ESTADO DO ACRE- FPEER/Ac.
Segundo dados recentes do IBGE mais de 50% dos brasileiros são negros. Essa população não está representada na sociedade em condições de igualdade com os brancos. As estatísticas apontam números que demonstram com clareza o racismo no Brasil. A exclusão dos negros de profissões e cargos bem sucedidos, a quantidade fora da escola, a morbidade infantil  e a miséria a que esta exposta grande parcela dessa população, levou o Governo brasileiro a definir políticas afirmativas de combate ao racismo e  de promoção   da igualdade racial. Entre essas políticas estão a criação da SEPPIR, da SECAD/MEC, a lei 10.639, lei 11.645, o Estatuto da Igualdade Racial e Plano Nacional de Saúde da População Negra.
A lei 10.639/2003 altera a LDB e torna obrigatório o ensino sobre historia e cultura afro-brasileira nas escolas.
 O FPEER foi criado por conta da lei 10.639/2003. Sua missão é estimular e assessorar a implementação da referida lei na educação do Acre.
Desde 2008 o FPEER vem trabalhando o combate ao racismo e as discriminações, resgatando o valor histórico do negro, sua cultura e  sua  contribuição social, econômica e cultural no pais. O negro é estruturante na historia do Brasil. E a história precisa contar isso.
        A escola é a grande porta de mobilidade e ascensão social. Por isso mesmo é que precisa adapta-se para educar a todos sem discriminação, sem racismo, machismo, sexismo.
  Infelizmente muitos brasileiros e educadores ainda acreditam no mito da democracia racial.
 Nesta oportunidade descreveu o quadro de estudos e reflexões feitas com os profissionais da educação a respeito das discriminações de raça e gênero existentes na escola. Nesse momento  é feita uma análise da prática pedagógica e de quanto somos omissos nessa questão. E que às vezes até contribuímos para a perpetuação dessas práticas discriminatórias e injustas para o povo negro e indígena.
Vários professores reconhecem a questão do preconceito racial na sala de aula, que ainda
 existe reforçado e precisa ser combatido. Exemplos e números do preconceito racial nas escolas e na universidade no Acre foram citados, bem como a responsabilidade dos  professores em educar para as questões de raça e desconstruir os estereótipos racistas, as atitudes e comportamentos enraizados na sociedade  para exclusão dos negros e índios. Temos que rever valores e conscientizar pais,  alunos, professores, funcionários. Não basta esperar ações somente da Secretaria Estadual de Educação, a responsabilidade de combater
 o  preconceito racial, estabelecendo os reais deveres de cidadania é de todos nós  dentro e fora dos muros da escola.
 Precisamos construir novas relações étnico-raciais e de gênero nas escolas. Se o racismo é construido ele pode ser desconstruido.
É missão da escola educar a todos( sem distinção) para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades, preparando para a vida pessoal e profissional  exitosa. O Negro tem direito a uma educação, que respeite sua cidadania, valorize sua história e cultura e fortaleça a sua identidade étnico-racial.
     Os direitos cidadãos devem ser garantidos a todos: Negros, Índios, Brancos, Orientais. Todos devem sentir-se respeitados e valorizados dentro da escola. A escola é uma sociedade em miniatura e a prática do respeito e democracia deve fazer parte dela.
      As leis 10.639 e 11.645 vieram preencher uma lacuna da educação brasileira. É uma boa iniciativa do Governo que precisa ser compreendida e implementada.
     Finalizou citando a frase de Nelson Mandela: Ninguém nasce odiando uma pessoa pela cor de sua pele, se aprendemos a odiar podemos a prender a amar......
                Esse é o nosso desafio.
 Almerinda de Souza Cunha Oliveira
 Coordenadora do FPEER/Ac.

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