3ª OFICINA DE BONECAS ÉTNICAS NEGRAS E INDÍGENAS
FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL DO ESTADO DO ACRE
Dia 21 de março de 2012, Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial. O Fórum Permanente de Educação Étnico-Racial do Estado do ACRE-FPEER- AC realizou a 3ª oficina de bonecas étnicas, confeccionando bonecas negras e indígenas e orientando o trabalho com as mesmas. Segundo a fala da professora Almerinda Cunha é possível combater o racismo de forma lúdica brincando com bonecas de várias etnias. No contato com bonecas que representam a diversidade étnico-racial existente na sociedade, a criança cresce aprendendo a respeitar e valorizar o diferente. As brincadeiras com bonecas negras favorece a socialização das crianças negras e ajuda a desconstruir o preconceito e estereótipos enraizados na nossa sociedade. Investir na educação das crianças para a construção de novas relações étnico-raciais e de gênero é a garantia de uma sociedade futura que não carregue o peso do racismo e machismo que tanto atrapalham a democracia e a cidadania plena de todos os cidadãos.
No jogo do faz de conta a criança imita a realidade circundante e vai construindo sua identidade étnico-racial e de gênero. Por isso mesmo é que a criança precisa conhecer e valorizar as várias etnias, histórias e culturas. E acima de tudo compreender que o que é diferente não é inferior. Nessa fase é preciso desconstruir os preconceitos já existentes, consolidar uma relação de respeito à diversidade. Para isso é preciso que a literatura retrate e valorize a cultura africana e afro-brasileira e indígena. Nessa relação às crianças precisam sentir-se respeitadas nos seus direitos, na sua cultura e no seu fenótipo. É necessário que conheçam heróis e heroínas com suas características, que possam se espelhar em personagens positivas. A educação precisa cuidar da autoestima de todos os alunos principalmente de negros e indígenas que sofrem discriminações no cotidiano social e escolar. Somente assim podemos dizer que a escola acolhe e educa a todos. Os educadores não podem continuar silenciando diante de atitudes racistas. Precisam enfrentar essa situação resgatando o valor histórico, social, econômico e cultural da população negra no Brasil. Por isso é melhor começar pelas brincadeiras e literatura infantil.
A lei 10.639/2003- obriga a escola a trabalhar a historia e cultura afro-brasileira e africana. A lei 11.645/2008 trás a mesma obrigatoriedade com relação ao povo indígena.
O FPEER ao realizar essas oficinas tem como objetivo ajudar as escolas na implementação das leis acima citadas.
A oficina contou com a participação da SEME, COMULHER, UNDIME, SEE. Reuniu em torno de 80 educadores e pela avaliação dos mesmos foi muito produtiva, esclarecedora e reconfortante. A equipe do Multimeios, liderada pela Professora Marília Bonfim fez o encerramento com uma linda Ciranda de Bonecas. As Professoras Elza Lopes e Áurea da SEME apresentaram um teatro de contos africanos. Essas e outras dinâmicas foram discutidas como alternativas para dar vida e importância as bonecas negras. Não adianta só confeccionas bonecas negras é preciso criar atividades interessantes para envolver as crianças. Vídeos e poesias foram utilizados. Além de tudo isso as mulheres foram homenageadas no mês da mulher e convidadas a proferirem palestras nas suas escolas sobre gênero e raça. O material está disponível on-line para as escolas. É só procurar Jairo na SEME em Rio Branco ou Izis na SEE/AC.
Rio Branco – Acre, 22 de março de 2012. -
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